Hospitalidade em comunidades tradicionais : o caso do Pouso da Cajaíba

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Por Simone Maria Scorsato

De que forma uma comunidade tradicional, especificamente caiçara, oferece hospitalidade aos seus hóspedes? Como se dá o receber? Quais são os elementos da cultura local, do modo de vida que são ofertados pela comunidade anfitriã? Estas questões estão na base do presente estudo, com observação circunscrita à Praia do Pouso da Cajaíba, localizada na Reserva Ecológica da Juatinga, Paraty – litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Em Paraty, o centro urbano mais próximo, a atividade turística é consolidada, sendo um destino conhecido internacionalmente devido ao centro histórico e às diversas ilhas da região. O fator motivacional do fluxo turístico é o lazer, principalmente o relacionado às atividades culturais e náuticas. Optou-se, nesta pesquisa, pela comunidade do Pouso da Cajaíba pelo fato de possuir certas características como: traços culturais tradicionais do modo de vida de seus antepassados, índios e negros, técnicas associadas a modos tradicionais de subsistência - a pesca, a caça e a agricultura; possuir acesso somente marítimo, caracterizando um tipo de cultura insular, com modo de vida e costumes ligados à relação direta com o mar; estar de certa forma isolada do desenvolvimento turístico caracterizado pela urbanização das regiões costeiras, mas recebendo de forma incipiente um fluxo turístico formado por jovens aventureiros, de origem nacional e internacional, que buscam neste local um contato com a natureza e com a cultura local e encontram pernoite nas casas dos moradores ou em áreas de camping nos seus quintais, além de apresentar expectativas no desenvolvimento do turismo, como forma complementar de aumento de renda. O estudo pretendeu desvelar os efeitos gerados por tal desenvolvimento nas suas formas ancestrais de hospitalidade, sobretudo a troca entre turista e morador.
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