Turismo e Desenvolvimento Local no Estado do Rio de Janeiro

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O tema turismo e desenvolvimento local sugere a articulação entre uma atividade peculiar e seu potencial em desencadear um processo sustentado de mudanças positivas na economia de um determinado lugar. Esta sugestão tem implicações importantes no que diz respeito aos fundamentos do próprio processo de desenvolvimento, que envolve distintas dimensões desde a ambiental, passando pela econômica e humana, para chegar à institucional. O papel do turismo pode ser avaliado, portanto, desde o ponto de vista de seus impactos sobre o ambiente, passando pelas possibilidades de elevação do nível de renda e bem estar social até a construção de novas institucionalidades, capazes de conferir maior autonomia ao lugar. Uma das questões que o tema nos remete é sobre as atividades geradoras de renda e aquelas que se constituem simples transferência de renda. Uma discussão antiga mas nem por isso de menor importância. Quais as efetivas possibilidades do turismo contribuir para o desenvolvimento local e regional? O turismo pode ser considerado uma atividade geradora e multiplicadora de renda? Essas duas indagações possuem implicações tanto no que diz respeito à organização espacial, como em relação às potencialidades de desenvolvimento local que vão além da retórica da Política Nacional de Turismo e dos de planos de desenvolvimento turístico como aqueles implementados na região Nordeste (PRODETUR) ou no mesmo na cidade do Rio de janeiro. De um modo bastante esquemático, pode-se notar que, no Brasil, constituíram-se, nas duas últimas décadas, alguns pólos turísticos de expressão internacional. Enquanto a cidade do Rio de Janeiro, e mais recentemente, o Litoral Sul e a Região dos Lagos, representam espaços de inserção funcional mais antigos e consolidados, a região litorânea do Nordeste ampliou essa funcionalidade a partir da segunda metade da década de 1980. O tratamento dado a este setor econômico tem sido, no entanto, equivalente ao de uma atividade extrativa, isto é a questão se resume, de modo prescritivo, em como aumentar a eficiência na exploração dos pontos turísticos em detrimento de aspectos importantes para o desenvolvimento como arranjo institucional, diversidade de agentes envolvidos, relações como política cambial, valorização dos serviços conexos e da infra-estrutura. Assim, no contexto de planos e políticas nacionais poucas são as mudanças substanciais propostas. Não obstante essas considerações, podemos observar algumas experiências segundo as quais a ação local é capaz de criar economias de associação a partir do território e, assim, criar singularidades a partir do potencial turístico existente. É sobre este aspecto que o presente trabalho pretende discutir as relações entre turismo e desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro. Fonte e trabalho completo: http://www.laget.igeo.ufrj.br/egler/pdf/Turismo%20local_1.pdf

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